Estamos vivenciando no mundo muitos avanços tecnológicos em vários setores, principalmente na área de conhecimento que está cada vez mais complexa. Uma dessas áreas que estão sendo modificadas podemos falar sobre os livros, e vem a questão:”O livro de papel está com os dias contados?” e diante disso fiz algumas pesquisas que me deram algumas idéias sobre o assunto. A pesquisa foi feita no site acesse Piauí e foi escrita por Manoel Ciríaco.
O livro, tal como se o conhece, “um discurso aprisionado entre duas capas”, surgiu provavelmente entre os séculos IV e V da era cristã. Antes, havia o papiro, em forma de rolo, que conferia à leitura um procedimento bem diferente do folhear de páginas introduzido pelo novo códice.
Pois é justo essa tradição multissecular, no dizer do jornalista Alberto Dines, que está sendo colocada na lista dos engenhos descartados pela moderna tecnologia. Segundo pesquisa divulgada na Feira do Livro de Frankfurt, realizada entre 14 e 18 de outubro, os dias de vida do livro impresso em papel estão contados, devendo ele perdurar somente até o ano de 2018. O responsável pelo seu assassínio foi lançado mundialmente na feira: o leitor eletrônico de livros, denominado “kindle”, desenvolvido por uma empresa americana e que pretende inserir-se nas páginas da história como o todo-poderoso sucessor do nosso companheiro de papel. A “trapizonga”, como o chamou o escritor João Ubaldo Ribeiro, deverá chegar ao País com cerca de 200 mil títulos, todos em inglês, embora a Google já tenha digitalizado 5 milhões de livros de escritores de diversos países, o que torna possível a colocação num único “sítio” de todos os títulos já escritos pelo homem, realizando em parte o sonho dos mentores da Biblioteca de Alexandria, juntando todos os livros, ao mesmo tempo em que se os destrói.
Um acalorado debate realizado no programa Observatório da Imprensa, na rede de TVs educativas brasileira, nesta terça, 20, reuniu o intelectual Muniz Sodré, o editor Luís Fernando Imediato, a diretora de inovações do jornal O Globo Fernanda Pellegrini e o repórter do caderno Link d’O Estado de São Paulo Felipe Serrano, sob a coordenação de Alberto Dines. De uma forma ou de outra, todos acreditam que, assim como o papiro passou, o livro também passará. As novas plataformas eletrônicas podem, inclusive, ajudar a disseminar o hábito da leitura, lembrou um deles, embora Muniz Sodré tenha sido taxativo em afirmar que jamais confiaria na digitalização como forma de resguardar o precioso acervo da Biblioteca Nacional, da qual é diretor. Para ele, “o livro impresso ainda é a forma mais segura de documentar o conhecimento humano.” Fernanda Pellegrini chamou a atenção para o fato de que a nova “feição tecnológica” atrai muito a juventude e que isso pode vir a ser um item de sedução para a leitura, aumentando o número de consumidores de literatura no País, e Felipe Serrano disse que “o novo equipamento pode facilitar o acesso ao livro em cidades do interior que não possuem biblioteca.”
Robert Darnton, diretor da biblioteca da Universidade de Harvard, em palestra replicada por Fabrício de Paula, jornalista do Portal Literal, foi sensato ao declarar que “A melhor maneira de pensar o futuro é olhar para o passado. Mesmo com o avanço das novas tecnologias, dos leitores de livros eletrônicos, a impressão de livros continua a crescer. Um suporte não vai substituir o outro. Jornais não sumiram com o rádio, nem ele desapareceu com a televisão”. Ele é taxativo ao afirmar que a digitalização de livros da forma como está sendo processada, hoje, dentro de um viés puramente mercadológico, não significa democratização editorial nem universalização do acesso ao livro.
Diz-se também que o leitor eletrônico de livros é benéfico ao ambiente. Será? A retirada de minérios do solo não traz menos impacto do que o corte de árvores, e a indústria atual tem na descartabilidade um dos seus pontos de apoio.
Mais importante que saudar a inovação como a pedra filosofal talvez seja gritar por condições socioeconômicas e culturais que permitam aumentar o número de leitores, sejam eles no papel ou no modo digital.
O livro, tal como se o conhece, “um discurso aprisionado entre duas capas”, surgiu provavelmente entre os séculos IV e V da era cristã. Antes, havia o papiro, em forma de rolo, que conferia à leitura um procedimento bem diferente do folhear de páginas introduzido pelo novo códice.
Pois é justo essa tradição multissecular, no dizer do jornalista Alberto Dines, que está sendo colocada na lista dos engenhos descartados pela moderna tecnologia. Segundo pesquisa divulgada na Feira do Livro de Frankfurt, realizada entre 14 e 18 de outubro, os dias de vida do livro impresso em papel estão contados, devendo ele perdurar somente até o ano de 2018. O responsável pelo seu assassínio foi lançado mundialmente na feira: o leitor eletrônico de livros, denominado “kindle”, desenvolvido por uma empresa americana e que pretende inserir-se nas páginas da história como o todo-poderoso sucessor do nosso companheiro de papel. A “trapizonga”, como o chamou o escritor João Ubaldo Ribeiro, deverá chegar ao País com cerca de 200 mil títulos, todos em inglês, embora a Google já tenha digitalizado 5 milhões de livros de escritores de diversos países, o que torna possível a colocação num único “sítio” de todos os títulos já escritos pelo homem, realizando em parte o sonho dos mentores da Biblioteca de Alexandria, juntando todos os livros, ao mesmo tempo em que se os destrói.
Um acalorado debate realizado no programa Observatório da Imprensa, na rede de TVs educativas brasileira, nesta terça, 20, reuniu o intelectual Muniz Sodré, o editor Luís Fernando Imediato, a diretora de inovações do jornal O Globo Fernanda Pellegrini e o repórter do caderno Link d’O Estado de São Paulo Felipe Serrano, sob a coordenação de Alberto Dines. De uma forma ou de outra, todos acreditam que, assim como o papiro passou, o livro também passará. As novas plataformas eletrônicas podem, inclusive, ajudar a disseminar o hábito da leitura, lembrou um deles, embora Muniz Sodré tenha sido taxativo em afirmar que jamais confiaria na digitalização como forma de resguardar o precioso acervo da Biblioteca Nacional, da qual é diretor. Para ele, “o livro impresso ainda é a forma mais segura de documentar o conhecimento humano.” Fernanda Pellegrini chamou a atenção para o fato de que a nova “feição tecnológica” atrai muito a juventude e que isso pode vir a ser um item de sedução para a leitura, aumentando o número de consumidores de literatura no País, e Felipe Serrano disse que “o novo equipamento pode facilitar o acesso ao livro em cidades do interior que não possuem biblioteca.”
Robert Darnton, diretor da biblioteca da Universidade de Harvard, em palestra replicada por Fabrício de Paula, jornalista do Portal Literal, foi sensato ao declarar que “A melhor maneira de pensar o futuro é olhar para o passado. Mesmo com o avanço das novas tecnologias, dos leitores de livros eletrônicos, a impressão de livros continua a crescer. Um suporte não vai substituir o outro. Jornais não sumiram com o rádio, nem ele desapareceu com a televisão”. Ele é taxativo ao afirmar que a digitalização de livros da forma como está sendo processada, hoje, dentro de um viés puramente mercadológico, não significa democratização editorial nem universalização do acesso ao livro.
Diz-se também que o leitor eletrônico de livros é benéfico ao ambiente. Será? A retirada de minérios do solo não traz menos impacto do que o corte de árvores, e a indústria atual tem na descartabilidade um dos seus pontos de apoio.
Mais importante que saudar a inovação como a pedra filosofal talvez seja gritar por condições socioeconômicas e culturais que permitam aumentar o número de leitores, sejam eles no papel ou no modo digital.