Profissões: biblioteconomia
Bruno Mateus - Ragga
Classificar, organizar, documentar, analisar e conservar o acervo de bibliotecas e centros de informações. Esses são alguns deveres do bibliotecário. Ou seja, lidar com cultura e informação é com ele mesmo. Apague da sua cabeça aquela imagem que, por ventura, você tem de um profissional da área. Não, ele não tem que ser velho, chato, carrancudo e usar óculos. Pelo contrário, deve ser simpático, tratar bem o público e ter uma boa base intelectual, além de acompanhar os avanços tecnológicos. Quem pensa que o único habitat profissional de um bibliotecário é uma biblioteca cheia de mofo e poeira está redondamente enganado. Ele pode trabalhar em centros de documentação, arquivos, museus, centros culturais e de memória, editoras, empresas, provedores de internet, ONGs, clubes e associações. “O bibliotecário tem que ser uma pessoa que gosta de aprender e socializar. Ele precisa saber trabalhar em equipe”, analisa Cíntia de Azevedo Lourenço, professora e coordenadora do curso de biblioteconomia da Universidade Federal de Minas Gerais. O profissional tem que lidar com informação de diversas áreas, por isso, na opinião da professora, cultura geral é fundamental pra quem quer se dar bem no mercado. Na UFMG, Cíntia explica que são oferecidas disciplinas de diversas áreas, como gerencial e de tecnologia da informação. O estudante também pode puxar matérias de outros cursos. O estágio continua sendo fundamental: “A demanda de estágios é muito boa. Já conseguem no 1° período”, conta. A própria universidade oferece estágios. O Carro-Biblioteca é um deles e promove a leitura e inclusão digital em comunidades carentes. A informática também é um campo que o profissional deve estar atento e ter uma noção básica. “Ele (o bibliotecário) não tem que saber fazer ou montar os programas, mas, sim, usar o software. Saber dialogar com outras áreas”, afirma a professora. Quanto ao mercado, ela avisa: “Para os melhores empregos é preciso ter experiência. A pessoa tem que agarrar as oportunidades, abrir o leque. No geral, é uma área com muitas oportunidades”. Marina dos Santos Mariano está no 9º (o último) período. Ela gostou muito do curso e viu que não era só na biblioteca que poderia trabalhar. “Tem muitos estágios e oportunidades”, comenta a estudante, que trabalha na área de gestão eletrônica de documentos. Ilma Irani Machado sempre quis fazer biblioteconomia. Hoje, no 8° período, se diz apaixonada pelo curso. As novas tecnologias são, em sua opinião, ferramentas que devem ser usadas para o benefício do profissional. “A pessoa tem que caminhar junto ao desenvolvimento tecnológico. Buscar na internet ou em outros meios de comunicação o que está acontecendo”, diz. Maria Helena de Oliveira fez vários estágios durante a graduação. A poucos meses de se formar, ela ainda não sabe se será contratada e vive a expectativa. “Gostaria muito, é um trabalho que me satisfaz”, conta. Ela trabalha com gestão de arquivo eletrônico e aconselha o estudante a experimentar diversas áreas da profissão e acompanhar as evoluções tecnológicas. Vanessa Cristina formou-se em 1997 na UFMG. Ela trabalhava na biblioteca de sua cidade, Jequitibá, interior de Minas. Com o incentivo de profissionais da área e da família, buscou informações sobre a profissão e mudou-se pra Belo Horizonte pra cursar biblioteconomia. Ela trabalha na Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa desde 1998. Vanessa diz que estão abrindo muitas opções no mercado para o profissional. “É uma área que cresceu muito, tem muita procura.” Ela também deixa dicas pra quem se interessa por biblioteconomia: “Estudar muito, se preparar, ter um objetivo. Correr atrás mesmo”. Anotou? Então se dedique e vá em frente... Vestibular O curso de biblioteconomia é oferecido pela UFMG na Escola de Ciência da Informação, campus Pampulha, e tem duração de 4 anos para o turno diurno, e 4 anos e meio para o noturno. Quanto ganha A Associação dos Bibliotecários de Minas Gerais (ABMG) recomenda, pra uma jornada de 40 horas semanais, o pagamento de 10 salários mínimos: R$ 4.650 |